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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Crónicas do Mediterrâneo VII

Sinto este Mediterrâneo como um desterro espiritual, imagens de nuvens decoram meu sonhado paraíso... Enquanto sigo aqui, presa, o Sol meu carcereiro, seus raios barrotes que eu não consigo traspassar sem que me queime o olhar... Aos poucos vai secando até a inspiração... Imensa gaiola é o dia... A noite abre as portas da liberdade e saio a passear com o suave olhar da Lua... A amendoeira sempre me saúda, a noite cheira a jasmim, e a coruja vem comigo... Depois adormeço como num descanso de outra batalha perdida, na minha mão dorme o mando do ar condicionado... Esta noite tive um pesadelo no que um vizinho me queimava a roupa, numa fogueira lenta e insidiosa, em tempos da minha infância, ardiam sem fazer chama, como arde sobre mim o próprio verão... Saí desse sonho de desesperançada e fui ter a um lugar onde encontrava centos de sombreiros da minha filha, de quando era menininha, todos iguais, com a mesma forma e diferentes estampados de flores, como se eu desejasse para ela sempre a proteção da primavera... Porque aqui, neste verão sem limites, onde o deserto parece querer morar dentro da alma, ardem as flores...

Concha Rousia
Vilamarxant 25 de agosto de 2011
 

2 comentários:

  1. Olá Concha,

    Como estás?
    Apesar do intenso calor, continuas com inspiração.
    Sonhar com incêndios? Só pode ser do calor. Vê lá se sonhas com o Leonardo di Caprio (acho que é assim, que se escreve), com aqueles olhos de Kiwi, que dá vontade de comer.
    Amanhã, penso postar.Passa por cá. Obrigada.

    Besitos de luz (já sei um bocadinho de espanholês).

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  2. Oi Luz, regressei a Galiza, ahhhh já não aguentava tanto calor, e a saudade apertava tb... uma combinação explosiva, vou ver os olhos do Leonardo di Caprio agora mesmo... beijos, e continua com o espanholês, mas cuidado, que do que se come se cria rsrss beijos da Galiza, Concha

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