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domingo, 5 de junho de 2011

Lorca


A madrugada traz-nos ecos da tua voz
a tua palavra viva percorre os caminhos
libertando o ar que continua irrespirável 

Lorca
a mão que te roubou de nós
mão de ferro de uma Espanha morta
bebeu teu sangue em comunhão
vampira de bestas sem beleza

Lorca
quero ser filha de tua pátria-República 
e não mosca nesta teia-de-aranha
dum reino-Espanha que nos armadilha
que nos segue a consumir em vida...

Lorca
como eu sinto hoje a tua falta
da tua alma viva que se sementou
para renascer em nós na primavera

Lorca
meu camarada na palavra sagrada:
a palavra libertária que tu falaste
também em minha língua
que foi tua, foi tua verdade sentida 

Lorca
poeta sempre vivo, roubaram-nos a pátria
a tua, a minha, a pátria da palavra
regressa, traz de volta a primavera...

Concha Rousia



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