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terça-feira, 24 de maio de 2011

A torre do faro (Ernesto Vazquez Souza)

 

É noite e os meus irmãos andam perdidos...
C.R.

Há anos que cuidamos deste faro
que se eleva no Castelo velho
na torre lavrada há dous mil anos
sobre mitos, covas e santuários

até a raiz do mundo.

E na noite comunica piscadelas
de esperança
uma, duas, três
rosas que brilham
stop
e mais outras três
repetindo o ciclo

que convoca em luz a baía.


E girando luz desde
o alto promontório dos antergos
iluminam-se caminhos
e enxerga-se dentro de nós
o destino além da bruma
agora e sempre
entanto duram as horas de escuro
no velho país dos meus velhos pais.

Ernesto Vasques Souza

3 comentários:

  1. Concha, que versos: O Farol do tempo, memória viva da esperança que vagalumeia a noit e pisca, pisca e pisca... Pulsaçõesda vida que insiste e persiste: resite: na escuridão, um farol...
    Que belo poeta é Ernersto Vasques.
    Abraços , querida amiga, com ternura e carinho; jorge bichuetti

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  2. Sim, Jorge, o Ernesto é um belo poeta, uma amigo-irmão e camarada neste caminhar da longa noite, ele nasceu mesmo pertinho da Torre de Hércules, nessa cidade de Corunha, Abraços sempre de luz e carinho, desde este lado do Mar, Concha

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  3. Eu, que também nasci na cidade do farol-fortaleza, se tivesse que dizer numa única palavra tudo o que essa torre, o océano imenso, fértil e bravo, despertou ou semeou em mim, essa palavra tem de ser esta: desejo. Uma força incansável que me faz amar com paixão estas viagens pelos caminhos incertos desta nossa (a)ventureira vida. É uma luz que nunca me traiu e que faz cega a minha esperança. Abençoados os que não desistem desta nossa humana demanda de luz. Abraços atlânticos aos dois.

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