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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Plantar

Plantei as couves na horta do quintal
e a Terra plantou em mim suas imagens
mostrando a eternidade de cada gesto meu
eu cavava sozinha, Nerea observava...
                            e colocava as plantinhas direitas...

Mas eu não cavava sozinha...
no meu cavar cavou a primeira mulher que cultivou a Terra
no meu cavar cavou minha mãe
                              minha poeta da Terra...
                              olhar de infindo entendere
                              e sorriso de enigmas certos...

Cavou..., cavou minha mãe e cavou a mãe dela
                                          que eu não conhecera
                                          e que era igual à minha...
A mim acudiram logo todas as imagens
que minha mãe plantara da sua mãe em mim...
Em breve foram inúmeras as imagens que em mim brotaram...
éramos tantas as mulheres a cavar que o quintal se ergueu em festa...
Nesse instante vi aparecer Nerea com uma garrafa de laranjada...  
Toma mãe, bebe...! Não é isso que crianças devem fazer...? 

E este foi o jeito com que minha filha plantou em mim
a minha própria imagem sendo eu pequeninha levando de beber...
imagem esta que eu tinha plantado nela e esquecera... 
Mas como a Terra nos ensina....                             
                                                 Cultivamos o que plantamos.
  

4 comentários:

  1. Concha, como se posde na poesia prosear sobre vias que nos agenciaram e agenciam; histórias que nos compõem... Feita a poesia de Cora Coralina. Abraços com carinho, Jorge

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  2. O Jorge, a Terra, o quintal nos dita seus saberes, peço apenas saber ouvir, saber escutar, abraços para ti companheiro, Concha

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  3. QUERIDA CONCHA, FICAMOS AQUI SEM CONEXÃO; O BLOGGER SAIU DO AR... HOJE, NORMALIZOU... VOCÊ E A TERRA: HARMONIA E FECUNDAÇÃO MÚTUA. ABRAÇOS COM CARINHO, jORGE

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  4. Sim Jorge, amigo querido, eu concordo: sou a terra... Abraços de carinho

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