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sábado, 14 de maio de 2011

O saber do não saber

Hoje senti a felicidade nos pés, por vezes é tão bom que a cabeça descanse... se deixe levar... pisei a terra, ambas estávamos nuas e descalças... senti o seu cheiro, o seu tato... e descobri que gosto de viver num mundo que me protege de eu ter que saber de tudo, minha cabeça agradece, e meus pés adoram poder ser protagonistas, eles, tao afastados do mando nestes tempos que correm, sim os tempos correm, mas os pés ficam muito tempo parados, e eles foram feitos para correr... contudo eu de vez em quando deixo os meus pés serem protagonistas do seu, e meu, destino, e então me permito passar a ignorar aconteceres nas tardes desses mundos inventados... e desnecessários, sim, desnecessários, desnecessários para que corra a seiva do carvalho, ou o meu sangue, que não é azul, para que a relva possa abraçar os raios de sol, e o pessegueiro possa se sonhar voando em cada pássaro que a ele veio se pousar... descobrir que eu podia ignorar o que o mundo anunciava como Real, me consagrou como filha da terra, filha que tem outros ouvidos e fecha os olhos de fora.. foi tudo por não saber que havia essa boda Real, desses príncipes, talvez de nome charles, e uma princesa da que ainda hoje não sei o nome, e quando eu soube da boda, já tinha passado, quem mo contava sorria como quem se alegrasse de conhecer uma pessoa que não sabia dessa boda... eu não me alegrei com esse 'não saber', igual de pouco que com o 'saber' que eu não soube, com o que sim me importo é com o mundo que me permite eu não saber...

Concha Rousia

2 comentários:

  1. Concha, que texto provocante e libertador: fim do desejo de completude, totalização... A leveza de ser e viver, rastreando com as experiências o que é a vida e o existir... livremente, suavemente.
    Abraços com carinho, Jorge

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  2. Querido Jorge, por vezes, muitas vezes, eu escrevo sem pensar demasiado, deixo fluir e sair aquilo que quer brotar em cada texto, e depois por vezes me surpreendo que as minhas palavras sejam entendidas, sim, acho que tu sintetizaste numa linha o que ele significa e eu nem tinha reparado: o fim do desejo de completude... adorei meu amigo, grande abraço de carinho para ti, Concha

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